quarta-feira, 3 de abril de 2013

Terapia pioneira utiliza células-tronco para reduzir volume de tumor cerebral


Investigadores do Hospital Henry Ford, nos EUA, desenvolveram uma terapia pioneira que utiliza microvesículas geradas a partir de células-tronco da medula óssea para tratar o cancro do cérebro, avança o portal Isaúde.

O estudo revela que a introdução de material genético produzido pelas células-tronco reduziu uma forma particularmente resistente de tumor maligno no cérebro de ratos de laboratório.

"Esta é a primeira incursão de seu tipo na terapia experimental do cancro e representa um tratamento altamente inovador e potencialmente eficaz", afirma o investigador Michael Chopp.

A pesquisa foi publicada na revista Cancer Letters.

"Eu acredito que esta é uma abordagem importante e muito nova para o tratamento de cancro, e, neste caso específico, o tratamento do glioma. Nós temos estado na vanguarda do desenvolvimento de microRNAs como um meio para tratar a doença, como o cancro e lesão neurológica. Este estudo mostra que ele é eficaz no cérebro vivo, e pode prestar-se à terapia anticancro personalizada para o paciente individual", observa Chopp.

Chopp e os seus colegas focaram os seus esforços no glioma, de longe o tipo mais comum de tumor cerebral maligno e com um prognóstico deficiente, nomeadamente para a sobrevivência.

As células tumorais foram implantadas cirurgicamente no cérebro dos ratos de laboratório machos anestesiados e deixadas em crescimento durante cinco dias.

Os tumores foram então injectados com exossomos contendo moléculas de um microRNA chamado miR-146b.

Exossomos são "bolhas lipídicas" microscópicas que transportam e livram-se de velhas proteínas que não são mais necessárias ao organismo. Depois de os investigadores descobriram que elas também carregam RNA, novos campos de estudo foram abertos.

No estudo em ratos, Chopp e os seus colegas usaram células da medula óssea para produzir exossomos contendo o miR-146b que foram injectados nos tumores cancerígenos.

Cinco dias após este tratamento, os ratos foram mortos e os cérebros foram removidos, preparados para o estudo e examinados. O tamanho do tumor foi medido utilizando software de computador.

"Verificou-se que uma injecção de exossomos contendo miR-146b cinco dias após a implantação do tumor levou a uma redução significativa no volume do tumor, 10 dias após o implante. Os nossos dados sugerem que o miR-146b provoca um efeito antitumoral no cérebro do rato e que as células-tronco podem ser usadas como uma "fábrica" para gerar exossomos geneticamente alterados para conter o miR-146b para tratar eficazmente o tumor", conclui Chopp.

Fonte: POP

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